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Foto do escritorDriele Quinhoneiro

Você não precisa se despedir da comida mais uma vez para a sua dieta

Despedi-me da comida incontáveis vezes, sabe aquele domingo à noite quando você está decidida que a semana será diferente e você comerá menos, se exercitará mais e vai dizer não para a padaria e o pão?


Com tantas despedidas era de se imaginar que eu tivesse uma super habilidade em dizer “até mais”, não foi o que realmente aconteceu.


Como uma andarilha pelo Brasil despedidas estão frequentes nos últimos anos, a cada 2 ou 3 meses eu noto um ciclo se fechando, me despeço de uma cama confortável ou desconfortável, de mulheres que me acolheram, de uma vista de marejar os olhos, do silêncio de uma chapada, de barulhos de uma cidade ou de um bioma do Brasil.


Na última semana de cada lugar entra em ação o modo despedida, nem é preciso programar, acontece naturalmente. Uma espécie de tristeza começa a ficar presente, uma celebração, um honrar do que foi vivido seja confortável, desconfortável ou neutro.


Respiro com esse tom tristeza/celebração sem julgá-lo, tenho até notado uma certa felicidade em sentir essa tristeza, curioso não é? Escrevendo para você me pergunto se tristeza é a melhor etiqueta para esse sentimento, ficarei curiosa para outro nome que melhor descreva.


Assim, como as árvores Caducifólias, aquelas que perde todas as folhas em uma estação do ano, partir, se despedir, tem parecido algo natural. Quem me dera ter aprendido isso para os primeiros namoros onde o dizer adeus era tão bagunçado e sofrido.


A cada vez que arrumo as malas noto quais são as doações que podem ficar na casa, quais são os livros que podem virar presentes para o espaço em que fiquei, quais trabalhos, parcerias, vontades continuam com a chama acesa.


Foi assim que recentemente me dei conta que um ciclo chegou ao fim. Uma parceria que floresceu e frutificou tantos presentes do Mindful Eating aqui no Brasil. Eu a Paula estávamos juntas desde 2016 com a criação do Centro Brasileiro de Mindful Eating, professoras incríveis passaram por aqui Lynn Rossy, Jan Chozen Bays e Char Wilkins. Nossa parceria se tornou um apoio forte em um momento importante de aprofundamento de práticas de Mindfulness, assim como no meu diagnóstico de Síndrome do Intestino Irritável. E nos últimos 3 anos demos um passo importante na formação de outras profissionais da saúde que tem o desejo de aliviar o sofrimento com a comida e o corpo no consultório. Honro e agradeço a Paula.


E celebro a nossa habilidade de deixar ir. Quem sabe em outros tempos por medo, insegurança e apego eu iria insistir em um ciclo que já se fechou. Assim como a mentalidade da dieta já me fez insistir na despedida de comida, mesmo que elas não tenham funcionado por tantas vezes.


Se você está lendo esse texto provavelmente foi impactada de alguma forma por essa parceria, aprendeu mais sobre os malefícios da cultura da dieta, é instrutora de Mindful Eating por alguma formação do Centro Brasileiro de Mindful Eating, é aluna da Capacitação de Mindful Eating, já viu alguma aula ou ainda nos segue nas redes sociais.


E esse texto é meu último presente dessa parceria, contar para você que as despedidas de comida não funcionam, porque a mentalidade da dieta é um fracasso e fazer dieta é incompatível com uma vida vibrante a longo prazo.


Não é você. São as dietas. Quem sabe você possa se despedir da mentalidade da dieta e não da comida.

Imagine cultivar uma relação com a comida que possa frutificar? E não algo banhado na culpa, vergonha e frustração. Esse o convite do comer consciente:


Mulheres tomando decisões sábias e amorosas em relação a comida e seu corpos.

Com Carinho, Driele (atualmente no Vale do Capão - Chapada Diamantina - BA)



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